quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Clubes: MANCHESTER UNITED


Manchester United
Cidade: Manchester

Estádio: Old Trafford (74.994 pessoas)

Técnico: José Mourinho

Posição em 2017/18: 

Projeção: Brigar por Champions League

Principais contratações: Fred (Shakhtar Donetsk), Diogo Dalot (FC Porto), Lee Grant (Stoke City)

Principais saídas: Daley Blind (Ajax), Sam Johnstone (West Brom), Timothy Fosu Mensah (Fulham), Michael Carrick (aposentado)

José Mourinho não aproveitou o sol do verão europeu para relaxar. Preferiu que ele iluminasse as suas reclamações. E foram muitas. Praticamente todas. Em linhas gerais: outros clubes gastaram demais, o seu gastou de menos, Paul Pogba e Anthony Martial não estão comprometidos, a Copa do Mundo atrapalhou a sua preparação, com muitos jogadores apresentando-se com atraso, e sobrou até para o torneio amistoso que disputou nos Estados Unidos. Entrando na sua terceira temporada no Manchester United, período em que seus trabalhos têm o histórico de degringolar, os sinais são preocupantes.

O cerne da questão está nas visões distintas que Mourinho e o executivo Ed Woodward nutrem em relação a como o time deve ser montado. O treinador busca soluções imediatas, e o dirigente quer uma visão mais estratégica para preparar o futuro. Por isso, a lista de cinco nomes que Mourinho entregou para o pessoal que tem as chaves do cofre foi recebida com ressalvas. O melhor exemplo foi a busca por zagueiros. O Guardian traz um panorama detalhado: nenhum chegou porque Woodward considerou que os preços eram caros demais para a qualidade dos jogadores ou que os caras não eram bons mesmo.

A questão em torno de Anthony Martial também é simbólica. Alvo de críticas de Mourinho, não apenas nesta pré-temporada por tirar uma licença paternidade pelo nascimento do seu filho e demorar para voltar, o francês seria dispensado, se a decisão fosse do português. No entanto, identificando potencial em um jogador ainda muito jovem, Woodward não quer abrir mão tão facilmente de uma promessa que pode vingar daqui a alguns anos. Resultado dessa história toda: o Manchester United contratou apenas Fred e o lateral Diogo Dalot.

A temporada passada, analisada apenas em fatos, foi uma evolução porque os Red Devils conseguiram terminar a Premier League em segundo lugar. Mas os 19 pontos que os separaram do campeão Manchester City dão a medida do quão distantes os times estiveram e, ao que tudo indica, ainda estão. Mourinho acredita que o caminho tem que ser encurtado por meio de contratações. Desde que o português chegou a Old Trafford, foram investidos € 390 milhões líquidos (compras menos vendas). No período, apenas o City tem números maiores: € 490 milhões. Usando o argumento de Mourinho, e se fixando apenas em reforços e gastos, alguém acredita que um jogador de € 100 milhões ou dois de € 50 milhões resolvem a situação?

Há falhas no elenco do United, principalmente nas laterais, onde Antonio Valencia e Ashley Young esticam suas carreiras por pura necessidade, mas o problema do Manchester United é desempenho. Mourinho ainda não foi capaz de tirar o melhor dos jogadores qualificados que já tem. Uma equipe que conta, do meio para frente, com Nemanja Matic, Paul Pogba, agora Fred, Alexis Sánchez, Jesse Lingaard ou Marcus Rashford ou Martial e Romelu Lukaku pode jogar mais. Um zagueiro de alto nível seria útil, mas foi o próprio Mourinho quem contratou Eric Bailly e Victor Lindelöf. Por que não desenvolvê-los?

A síndrome da terceira temporada paira por cima de Mourinho. No entanto, diferente dos seus trabalhos no Real Madrid e no Chelsea (duas vezes), quando as rusgas surgiram de desgastes de relacionamento, desta vez há, além deles, problemas reais, e o português começa a Premier League com menos moral do que naquelas passagens porque ainda não conquistou nenhum título de grande importância no Manchester United. A Liga Europa foi bacana, mas o objetivo do maior campeão inglês de todos os tempos é voltar a reinar sobre a ilha. E, para isso acontecer, Mourinho terá que encontrar soluções no campo e na bola.

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