Burnley
Cidade: Burnley
Estádio: Turf Moor
(22.000 pessoas)
Técnico: Sean Dyche
Posição em 2017/18: 7º
Projeção: Meio de
tabela
Principais contratações: Ben
Gibson (Middlesbrough), Matej Vydra (Derby County), Joe Hart (Manchester City)
Principais saídas: Dean
Marney (Fleetwood Town), Chris Long (Fleetwood Town), Tom Anderson (Doncaster
Rovers), Scott Arfield (Rangers)
Antes do Leicester modificar as
referências de tempo e espaço da Premier League com o título de 2015/16, o que
o Burnley fez na última temporada seria considerado o melhor que um clube fora
do grupo dos seis mais ricos da Inglaterra poderia fazer. Ainda é porque o tipo
de milagre alcançado por Claudio Ranieri e companhia acontece uma vez a cada
cem anos, mas serve para o técnico Sean Dyche, o mais longevo da elite ao lado
de Eddie Howe, no cargo desde 2012, adotar o discurso de que “tudo é possível”
quando é questionado sobre qual será o próximo passo do seu time.
Realisticamente, porém, a evolução seria ficar exatamente onde está.
O Burnley foi um clube estável de
primeira divisão entre os anos cinquenta e sessenta, com direito a um título
inglês no período, mas passou muito tempo nas divisões de acesso. Está prestes
a disputar a quarta edição da Premier League em cinco temporadas com um
crescimento estável: na primeira dessas, foi imediatamente rebaixado; na
segunda, foi 16º colocado e se manteve; na terceira, pulou para a sétima
posição, na prática o líder do resto da tabela, atrás apenas dos dois clubes de
Manchester, Tottenham, Liverpool, Chelsea e Arsenal. Chegou a frequentar a zona
de classificação da Champions League, esteve vários momentos à frente dos
Gunners, venceu em Stamford Bridge e recebeu, como um merecido prêmio, vaga na
próxima Liga Europa. O quanto a caminhada continental durará ainda é incerto:
os ingleses passaram pelo Aberdeen e enfrentam o Istambul Basaksehir na próxima
fase. Ainda haverá outra antes da fase de grupos.
Continuar ou não na Liga Europa é
uma variável importante para a temporada porque Dyche gosta de trabalhar com
elencos curtos e é famoso por usar o mesmo time titular o máximo de vezes
possível. O Burnley teve dificuldades para contratar reforços. Levou apenas Ben
Gibson, do Middlesbrough, um zagueiro para repor a saída de Michael Keane, um
ano atrás, e Matej Vydra, atacante de muitos gols na Championship, mas que
nunca brilhou na elite. Além disso, Joe Hart foi chamado para cobrir a posição
de goleiro porque Nick Pope perderá as primeiras rodadas por causa de uma
lesão, e Tom Heaton também passa por problemas físicos. São três arqueiros de
seleção inglesa no mesmo elenco.
Dyche alega que está à frente de
um clube financeiramente estável, mas incapaz de competir com as taxas de
transferências e pedidas salariais da atualidade. Caso tenha que dividir as
atenções com uma competição europeia, o desempenho na Premier League pode
sofrer, e graças ao fechamento precoce da janela inglesa, quando o Burnley
souber quantas partidas continentais terá que disputar até o fim do ano, não
poderá mais contratar jogadores.
Seu estilo, porém, favorece uma
boa campanha de mata-mata. A defesa sofreu apenas 39 gols na última Premier
League, a sexta melhor marca da liga. Se o ataque foi o sexto pior, os tentos
apareceram na hora certa para que o Burnley fosse o único clube além dos seis
primeiros a somar mais de 50 pontos. A organização faz com que Dyche seja o
técnico inglês mais prestigiado do momento, especulado em clubes como Leicester
e Everton, além de nome frequente em discussões sobre o futuro da seleção
inglesa. Por enquanto, ele fica no Turf Moor, depois de renovar contrato até
2022, no último mês de janeiro.
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