Chelsea
Cidade: Londres
Estádio: Stamford
Bridge (41.631 pessoas)
Técnico: Maurizio
Sarri
Posição em 2017/18: 5º
Projeção: Brigar por
Champions League
Principais contratações: Jorginho
(Napoli), Kepa Arrizabalaga (Athletic Bilbao), Mateo Kovacic (Real Madrid)
Principais saídas: Thibaut Courtois (Real Madrid), Mario
Pasalic (Atalanta), Eduardo (Vitesse), Kennedy (Newcastle)
Maurizio Sarri precisa de tempo. A missão que já seria difícil o bastante
de modificar drasticamente o estilo de jogo do Chelsea ficou um pouco mais
complicada pela pré-temporada conturbada pela qual o clube passou. Todos sabiam
que Antonio Conte seria demitido desde o fim da última Premier League, mas o
italiano chegou a se reapresentar e comandar alguns treinos antes de receber a
notificação oficial. Durante uma boa parte dos últimos meses, Sarri se viu na
delicada posição de ainda ter contrato para treinar o Napoli, embora o
treinador de fato fosse Carlo Ancelotti. O dono Roman Abramovich teve problemas
com seu visto e se refugiou em Israel. Caso você ainda não esteja convencido,
Thibaut Courtois foi embora, e o Real Madrid projetará uma sombra sobre
Stamford Bridge até o último dia de agosto, decidindo se vale a pena ou não
contratar Eden Hazard.
Logo, Sarri precisa de paciência, mas a última vez que Abramovich teve
paciência deve ter sido quando fez sua fortuna com empresas de petróleo e gás
durante o governo de Boris Yeltsin no seu país natal. A sua fama no futebol é
de demitir treinadores por prazer. Mas seria uma contradição contratar o
treinador italiano, que construiu sua reputação com um Napoli que jogava bem o
futebol e brigou ponto a ponto com a Juventus pelo título italiano, e não
conceder pelo menos alguns meses de carta branca para que ele implemente a sua
visão.
O que Sarri fará demanda algum tempo e terá percalços no meio do caminho.
O estilo dos dois treinadores que o antecederam, os pragmatismos de José
Mourinho e Antonio Conte, são diametralmente opostos à vontade do italiano de
ganhar entretendo. Basta pegar como exemplo a primeira temporada de Guardiola
na Inglaterra. O espanhol tentou introduzir um estilo semelhante, também muito
particular, e teve problemas. Na segunda campanha, conquistou a Premier League
com 100 pontos. Não quer dizer que acontecerá o mesmo com o Chelsea, mas
precisamos esperar um pouco para ver o que Sarri pode fazer.
A chegada de Jorginho adianta o processo. O meia brasileiro tem o DNA do
jogo de Sarri completamente absorvido e será responsável por traduzi-lo para os
seus companheiros dentro de campo. Orientar o que deve ser feito, do toque de
bola no campo de defesa para atrair a pressão à troca de passes rápida para
pegar o adversário desprevenido. Será titular absoluto do meio-campo,
acompanhado de N’Golo Kanté, que embora não tenha as características preferidas
do treinador, é bom demais para ser preterido. E provavelmente Kovacic,
contratado do Real Madrid no negócio de Courtois.
O goleiro do Athletic Bilbao,
Kepa Arrrizabalaga, assume as metas dos Blues. A grande incógnita do time está
no ataque. Álvaro Morata passa por uma fase pavorosa, e Olivier Giroud não se
encaixa necessariamente nesta nova maneira de jogar, nem é tão bom quanto Kanté
para isso ser ignorado. Hazard, pela esquerda, e Willian, pela direita, serão
jogadores importantes. Com um mercado discreto, a grande cartada de Abramovich
para voltar à Champions League são as ideias de Sarri e o quão rápido elas
serão desenvolvidas para colocar o Chelsea entre os quatro primeiros.
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